O Governo colombiano pediu neste domingo (2) desculpas ao Equador pela incursão na "zona de fronteira" de helicópteros colombianos na operação que terminou com a morte de Raúl Reyes, porta-voz internacional e número dois das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
A operação colombiana criou um incidente diplomático com o Equador e a Venezuela.
"O Governo da República da Colômbia deseja apresentar ao Governo da República do Equador suas desculpas pela ação que se viu obrigado a antecipar na zona de fronteira", diz o documento lido esta noite em Bogotá pelo chanceler colombiano Fernando Araújo.
O comunicado acrescenta que a ação consistiu na "entrada de helicópteros colombianos com pessoal das Forças Armadas no território equatoriano, para verificar o local".
"O Governo colombiano nunca teve a pretensão ou a disposição de desrespeitar, vulnerar a soberania ou a integridade da irmã República do Equador, de seu povo ou de suas autoridades, pelas quais professou, historicamente, afeto e admiração", diz o comunicado oficial.
Depois da ação dos militares colombianos, o presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou neste domingo (2) a "expulsão imediata" do embaixador da Colômbia em Quito, Carlos Holguín.
Retirada de embaixador equatoriano
Correa já tinha ordenado a retirada de seu embaixador em Bogotá, Francisco Suéscum, e também solicitou a reunião urgente da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Comunidade Andina de Nações (CAN) para tratar do ataque colombiano ao território equatoriano.
O embaixador do Equador na Colômbia, Francisco Suéscum, qualificou neste domingo (2) como "ato de guerra" o ataque militar colombiano em território do Equador, no qual foi morto o porta-voz internacional das Farc, Raúl Reyes.
Disse que sua chamada para consultas por parte do presidente do Equador, Rafael Correa, é "um ato de legítima defesa da dignidade e da soberania do país que foi violada por este atropelo cometido pelas Forças Armadas da Colômbia".
O diplomata assegurou que não tinha nenhum conhecimento (prévio da operação). "Ninguém informou absolutamente nada ao Equador".
Fechamento de embaixada venezuelana
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou neste domingo (2) que todos os funcionários saiam da embaixada em Bogotá, na Colômbia.
"Por favor, chanceler (Nicolás) Maduro, feche a embaixada e mande que todos voltem", afirmou Chávez. Ele ordenou ainda ao ministro da Defesa, Gustavo Rangel, que envie "dez batalhões para a fronteira com a Colômbia".
"Não queremos guerra, mas não vamos permitir que o império (Estados Unidos) e nem o seu cachorro venham a nos atacar", completou.
Para Chávez, foi um "assassinato covarde" o ato cometido contra Reyes pelos colombianos e ainda dedicou um minuto de silêncio ao chefe das Farc morto.
Mobilização de tropas
O incidente também levou Correa a ordenar a “mobilização de tropas” na fronteira com a Colômbia. Além de ter exigido um pedido de desculpas do presidente colombiano Álvaro Uribe e “compromissos firmes de respeito ao Equador”, segundo comunicado em cadeia nacional de televisão.
Colômbia reforça segurança
O governo colombiano reforçou as medidas de segurança nos principais centros urbanos do país e zonas de influência das Farc, para evitar uma eventual represália da guerrilha pela morte de seu número dois e porta-voz internacional, Raúl Reyes.
Priscila Menegaci
Fonte:http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL334372-5602,00-COLOMBIA+PEDE+DESCULPAS+AO+GOVERNO+EQUATORIANO+POR+INCURSAO+DE+HELICOPTEROS.html
Priscila Menegaci
Fonte:http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL334372-5602,00-COLOMBIA+PEDE+DESCULPAS+AO+GOVERNO+EQUATORIANO+POR+INCURSAO+DE+HELICOPTEROS.html